A nossa Crise
Desde que me lembro, sempre me considerei uma cidadã interessada pelo que se passa no País.
Minimamente atenta à politica e a quem nos governa e desgoverna e agora à CRISE!
Já houve outras, sobrevivemos-lhes, mas não as eliminamos. Ficou latente o vírus e agora o ataque é mais mortífero.
Sinto que vai ser difícil.
Não tanto para os mais velhos, mas sim para os mais novos.
Eu, pessoalmente, pertenço a uma geração que, embora crescesse sem a Liberdade que nos trouxe o 25 de Abril, teve direito a constituir uma família, a ter emprego, a ter casa, sabia do hábito de poupar e teve uma qualidade de vida satisfatória.
Sabíamos que, na velhice, iriamos viver da nossa reforma.
Aos mais novos , certamente , vai ser difícil enfrentar a famosa Crise!
Se cresceram noutra época, mais aberta a tudo o que o progresso trouxe, ela está agora a roubar-lhes os sonhos...
Não há empregos para tanta gente e, por via disso, é-lhes negado o direito a ter uma família e uma casa.
Mesmo a quem tem elevadas qualificações académicas. São os que estão pior.
E o mundo em que vivemos é uma explosão de dependências: á nossa volta tudo é um convite ao consumo.
Como será se o dinheiro começar mesmo a rarear?
Lembro-me que não há muitos anos, na Argentina, não houve dinheiro para pagar ordenados, nomeadamente aos funcionários públicos!
Quando é que tomamos consciência de que estamos a viver acima das nossas possibilidades?
Se calhar, só quando batermos no fundo é que vamos sentir que é uma triste realidade e, a partir daí, pôr a criatividade a trabalhar.
Mas tenho fé nas novas gerações. Crescemos em épocas e mundos diferentes. No entanto eles têm outros horizontes, outras ferramentas e com certeza irão pôr a render os seus talentos. Não irão deixar os seus créditos em mãos alheias.
Pode ser que não seja preciso perdermos a nossa "independência"...
Havemos de conseguir sobreviver mais uma vez.